Dossiê Deep Web, tire suas conclusões!

Não seja hipócrita, quando você entra na Deep Web sabe exatamente o que foi procurar. Ninguém entra por engano em um servidor criptografado, volátil, inseguro e em uma camada inacessível por navegadores comuns – se você chegou lá, foi totalmente consciente do conteúdo que procurava.

 

Dependendo do ponto de vista, o conteúdo da analogia acima pode ser considerado um equívoco, pode ser que você realmente foi procurando algo e se deparou com outra coisa, mas em suma, quase todos que entram na Deep Web sabem qual conteúdo procuram. Muitas vezes, as experiências ruins de alguns se tornam públicas em blogs, sites e outras páginas pessoais, e dentre diversas histórias dignas de filmes de terror, muitas delas ajudam a construir um mito sobre os domínios Onion.

Mas você sabe o que é e como funciona a Deep Web?

Tecnicamente, a Deep Web é um conjunto de servidores que armazenam um conteúdo que devido a não indexação proposital, estrutura e criptografia empregadas em sua arquitetura impossibilitam o acesso com o uso de navegadores comuns. A internet comum, conhecida como Surface, agrega sites que podem ser indexados ou, em outras palavras, “encontrados” por buscadores e “lidos” por navegadores convencionais em função da permissão de busca e estrutura dos dados, na maioria das vezes composta por Hipertexto. Alguns sites da Deep também são ocultados para se ter acesso apenas com link direto, histórico de navegação anterior, logins, quebras de senhas e criptografias ou mesmo invasão dos servidores.

Segurança

Com todo esse aparato para não se acessar com facilidade e camuflar o conteúdo, é necessária uma atenção especial para navegar nos domínios Onio. Para se ter acesso as páginas desses domínios é comum a utilização de navegadores como o Tor (The Onion Router), que permite a navegação com Proxy e túneis que ligam o usuário ao destino por meio de nós. Basicamente, o Tor permite que você se conecte em um site da Deep através de ligações em outros servidores, escondendo o rastro e permitindo que o servidor não consiga rastrear sua real localização. Portanto é imprescindível o uso do Tor e de um bom antivírus, mas dependendo de onde se pretende ir esses requisitos são apenas o básico dos procedimentos padrões adotados para não se infectar ou ter informações pessoais roubadas.

Conteúdo

Não são mamilos, porém polêmicos: o conteúdo armazenado na Deep é variado, mas os mais fáceis de localizar são fóruns de canibalismo, onde pessoas marcam e se encontram para praticar canibalismo “voluntário”, sites de pedofilia, seitas, governos secretos, snuff vídeos, que são vídeos de mortes feitos pelo assassino (vide “3 Guys and a Hammer”), sites de gore, necrofilia, zoofilia, assassinatos, estudos científicos com humanos e animais, fabricação de artefatos explosivos e muitos outros.

Não significa que ao entrar na Deep Web esse conteúdo vai logo estar disponível na sua cara. Ao mesmo tempo em que são sádicas, as pessoas são “cuidadosas” ao esconder esse tipo de conteúdo. Outro mito é de que quando se entra lá sua casa vai ser invadida pela polícia ou coisa do tipo. Isso é mentira. Sim, a polícia esta lá assim como em sites da Surface, e monitoram pedófilos assassinos entre outros sádicos em potencial, porém sabem quem eles procuram, pois há uma diferença imensa entre um curioso e um criminoso.

Casos Famosos

Alguns dos casos mais famosos da Deep estão na Surface como, por exemplo: as bonecas sexuais, assassinos de aluguel.

Bonecas Sexuais

As bonecas sexuais ou Lolitas são crianças, normalmente meninas, “compradas” em orfanatos no interior da Europa. O médico/monstro que as cria arranca as pernas e braços acima das articulações, arranca os dentes e insere uma prótese de silicone, corta as cordas vocais, cega, danifica os tímpanos e tortura a menina a ponto dela não demonstrar nenhuma reação a dor em qualquer circunstância. Depois disso, as vende pela internet, existe um tópico na internet de um suposto anúncio em que o médico ensina como cuidar de sua Lolita e faz menção ao método utilizado para criá-las.

Assassinos de aluguel

Encontrar os assassinos de aluguel na Deep Web não é uma tarefa fácil, mas o fato é que existem muitos e oferecendo os mais variados serviços. A maior parte é da Europa Central e Ásia, e tem seus preços definidos por méritos e alvo. Méritos são pessoas que já foram mortas por eles. Quanto mais alvos eles conseguirem eliminar, maior a confiabilidade e, consequentemente, o preço.  A outra classificação de preço é o tipo de alvo. Normalmente, pessoas comuns são as mais baratas. O preço aumenta com a posição da pessoa diante a sociedade e dificuldade para executar o alvo. Quanto maior a fama e contato com o público ou a dificuldade de eliminar o alvo, maior o preço. Por exemplo, um político tem uma vida pública bastante ativa, desse modo, será mais caro. Já um militar tem treinamento com armas e pode apresentar riscos para o assassino, logo, também é mais caro. Pelo o que eu li, os C’ thulhu são um grupo de mercenários, todos eles já foram soldados com alto grau de treinamento militar, eles podem ir a qualquer lugar do mundo para matar uma pessoa.

Palavras do autor

Na minha concepção, não que eu seja dono da verdade, mas apenas expondo meu ponto de vista: a maioria das matérias, vídeos entre outros conteúdos na Surface sobre a Deep Web são genéricos e superficiais, apenas resumos de outros trabalhos mais completos espalhados por aí. Trabalhos esses que são quase impossíveis de se encontrar levando em consideração que apenas uma matéria bem feita pode se desdobrar em centenas de outras nas mãos de colunistas preguiçosos, e cada uma delas pode ser acrescida de uma suposta história ou lenda dos domínios Onion, o que em minha opinião é muito feito hoje em dia. De fato, quase 95% das pessoas que acessam a Deep Web por curiosidades dificilmente passam da Hidden Wiki. Porém, há 3 anos atrás fui convidado por amigo para ministrar um mini curso de tableless na página pessoal dele. Na época, ele tinha um portal de treinamentos na área web, lá conheci um jovem que conhecia bem a Deep, e tive oportunidade acessar as Marianas Web, considerada o ponto “mais profundo da Deep Web”. É um domínio que basicamente não tinha formatação nenhuma nas páginas, apenas pastas, como nas raízes de um SO, era difícil ter coragem de clicar nos arquivos já que só se conseguia saber qual o tipo de conteúdo pela extensão. Não tinham nomes, e sim sequência de caracteres alfanuméricos (exemplo: a5644d646sd.wmv), então logo deduzíamos que era um vídeo.

Durante alguns dias tive acesso a vídeos, documentos supostamente sigilosos, imagens entre outros conteúdos, e o resultado disso? Algumas noites dormindo de porta aberta e luz acesa. Eu fiquei perturbado com algumas coisas que vi por lá, por mais que eu achasse que “era de ferro”, por ver vídeos no Cabulosos enquanto almoçava o fato de serem coisas reais feitas por pessoas reais me deixou meio mal. Não recomendo que vejam se não tiverem ciência de que o ser humano é ruim, muito ruim. Se você acha que já viu de tudo, você ainda não viu nada.

A parte boa desse mundo

É claro que na Deep Web não tem só conteúdo bizarro, há diversos sites de pesquisas, conteúdos na aérea de programação e muito mais. Aliás, se existe um bom lugar para se fazer pesquisas é lá, sites de diversas faculdades entre outros, quando se quer mais privacidade, a Deep é uma boa pedida, então não confundam as coisas, assim como na Surface há conteúdo “bom e ruim”, na Deep Web também tem o seu conteúdo “bom e ruim”. Claro que a parte ruim acabou ganhando mais fama, mas nem de longe ofusca a qualidade dos trabalhos hospedados por lá.